Denúncias apontam envolvimento de senador com Carlinhos Cachoeira.
Para presidente da OAB, ele perdeu condição de falar em nome de eleitores.
Ophir Cavalcante, defendeu neste domingo (1º) a renúncia de Demóstenes Torres (DEM-GO), mas o advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, afirmou que ele não renunciará.
Gravações telefônicas da Polícia Federal mostram diálogos que indicam o envolvimento do senador com Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela PF sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás.
“Gostaríamos que o senador saísse da cena política através da renúncia”, disse Cavalcante.
Ao chegar a Brasília neste domingo para um encontro com Demóstenes, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro foi indagado sobre se o senador irá renunciar. “O que ele disse agora por telefone é que absolutamente não pensa em renunciar”, respondeu.
Para o advogado, as escutas telefônicas que capturaram as conversas entre Demóstenes e Cachoeira são ilegais. “Há que se investigar o ministério público que durante três anos o gravou ilegalmente e há que se investigar por que o juiz determinou que ele fosse gravado durante três anos”, afirmou.
Castro disse que “jamais” aconselharia a renúncia ao senador. “O caso, juridicamente, é simples. Esse inquérito não tem como prosseguir”, declarou.
Ophir Cavalcante disse que a renúncia é a “única saída” para o senador, já que, segundo avalia, ele “perdeu a condição de falar em nome de seus eleitores, do povo de Goiás.”
“Todos nós brasileiros ficamos com um sentimento de indignação, de frustração. O senador Demóstenes era uma voz de combate à corrupção. Quando essa voz está envolvida com jogo, e o mandato dessa voz está sendo utilizado para beneficiar através de negociatas A ou B, a sociedade precisa reagir”, declarou.
Do G1, em Brasília