Sem perspectivas de poder e com pouca expressão, o DEM, que já foi a segunda força política do País, caminha para a extinção
Pedro Marcondes de MouraSEM RUMO
Principais caciques do DEM se mostram
preocupados com o futuro da legenda
A capilaridade da legenda, conhecida por abrigar oligarcas regionais, também se reduziu na mesma intensidade desde o início da gestão petista em 2003, quando a sigla passou pela primeira vez para a oposição. Atualmente, o Democratas administra apenas o Estado do Rio Grande do Norte, com Rosalba Ciarlini, e, entre as 200 maiores cidades do País, detém o comando de somente uma:
Mossoró, no Rio Grande do Norte. Outro passo derradeiro para o processo de esfacelamento da legenda foi a criação do Partido Social Democrático (PSD), em setembro de 2011. Numa jogada política bem-sucedida, capitaneada pelo prefeito de São Paulo e ex-presidente do diretório paulista do DEM, Gilberto Kassab, quadros importantes do partido, como a senadora Kátia Abreu e o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, além de cerca de 25 deputados federais, desembarcaram no PSD rumo a uma aproximação com a base do governo federal.
VELHOS TEMPOS
ACM personifica um período em que o DEM,
então PFL, exercia muita influência no governo federal
Em viagem à Europa para o encontro de líderes de centro-direita, o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), negou com veemência à ISTOÉ a possibilidade de fusão entre o DEM e outras legendas. “Não existe o menor fundamento nessa história”, declarou. “Isso é coisa de quem quer desestabilizar o partido”, afirmou sem querer citar nomes. O parlamentar, no entanto, admite que a saída do senador Demóstenes Torres ajudou a alimentar o assunto. “Nós tomamos providências neste caso, assim como fizemos com o Arruda (ex-governador do Distrito Federal, acusado de desvios de dinheiro e de operar um esquema similar ao mensalão)”, afirma Agripino. Segundo o presidente do DEM, a legenda tem “grandes possibilidades” para o pleito deste ano. Os prognósticos, porém, revelam o contrário. Abatido em mais um escândalo e sem perspectivas de poder, o DEM agoniza em praça pública.
Fonte: ISTOÉ