Saturday, April 7, 2012

Amazonino pode virar consenso?


O governador Omar Aziz disse, com todas as letras, que tem obrigações apenas com Eduardo Braga. “Se ele não for candidato, não tenho obrigação de apoiar o candidato dele”, disse. Ele, Omar, tem uma dívida de gratidão para com Amazonino Mendes, que de alguma forma está ligado aos postos que ocupou no Executivo, e sente que dificilmente terá oportunidade melhor para resgatar a dívida.

Amazonino, nos últimos meses, tem apresentado obras que podem recolocá-lo no jogo. São exemplos disso, a primeira etapa da Ponta Negra e o complexo viário do São José, entregues, e o calçadão e a praia perenizada da Ponta Negra, a serem inaugurados até abril, além da via ligando a Avenida das Torres à Grande Circular, igualmente na prateleira de inaugurações. Sem contar a segunda etapa da Ponta Negra, que ficou para setembro, dias antes do pleito, o Bolsa Universidade, e o ampliado Leite do Meu Filho.

Com tudo isso, o prefeito só precisa superar a animosidade de Eduardo Braga. Ultimamente, o senador elegeu Amazonino como seu principal inimigo. Tem batido duro na questão da água. Já disse a interlocutores que se houver qualquer coisa obscura na venda da Águas do Amazonas à Odebrecht, pelo que dizem em fase de conclusão, ele estaria disposto a ir até ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o negócio.

Omar tenta não distender demais a corda com o senador. Há intriga de todos os lados entre os dois, mas o rompimento não aconteceu. O que contribuiria para uma aliança com Amazonino seria o cumprimento de algumas exigências de Braga, como a absorção do Programa Águas para Manaus (Proama), idealizado e quase todo construído por ele, ameaçado de se tornar um elegante branco, no bojo da nova concessionária de Manaus.

Braga deve endurecer o tom, mas, como líder do Governo no Senado, fica mais vulnerável às vontades da presidente Dilma. Líder trabalha pelo País e muitas vezes precisa relevar interesses pessoais ou do Estado que representa. O superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, por exemplo, poderia soltar foguetes e comemorar o fim do contingenciamento de recursos da autarquia, perto de R$ 1 bilhão, todo ano, no entanto, esse espinho na carne da Zona Franca parece que vai continuar infligindo sofrimento ao modelo, com ou sem Braga na liderança.

E se Omar não tiver sucesso em sua luta por consenso e o candidato não for Amazonino? Quem será o candidato de Braga? A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), a deputada federal Rebecca Garcia (PP) e os deputados estaduais Marcos Rotta (PMDB) e Chico Preto (PSD) são os nomes colocados à mesa. Façam suas apostas.

Fonte; Blog Marcos Santos