Friday, March 9, 2012

Oito de março: marcha reúne 5 mil em São Paulo

O movimento de mulheres reuniu cinco mil pessoas em uma marcha, em São Paulo (SP), para marcar este 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Pelas ruas e avenidas do centro de São Paulo (SP), mais de cem entidades entre sindicatos, movimentos sociais e organizações populares, participaram do grande encontro. Os números são da organização do evento.

O encontro das organizações vem sendo articulado desde o início do ano. Durante todo o dia, elas realizaram atividades em diversos locais da cidade. Como

A partir das 14h, as militantes feministas começaram a chegar na Praça da Sé, para a concentração da marcha. Munidas de carros de som, faixas, bandeiras e tambores, elas se revezaram nos discursos para relembrar as questões de gênero que permearam toda a atividade.

Para a coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres, em São Paulo, Rosina Conceição de Jesus, a grande adesão das mulheres à passeata é um sinal de que há mais consciência da condição desigual de gênero.

“Fico muito otimista com o resultado. Isso mostra a força da mulher para lutar. Ainda há muito que avançar nas questões de Saúde, na redução do déficit de creches para que a mulher possa conquistar mais autonomia e, principalmente, na educação”, afirmou Rosina, ressaltando a importância de políticas para a juventude.

A representação da mulher nos espaços de poder foi uma das tônicas nos discursos. “Não adianta só ficarmos nos discursos. É preciso nos mobilizarmos para as eleições neste ano e colocarmos mais mulheres nos espaços de poder e decisão. Nós somos maioria no censo, mas minoria nos cargos representativos. A mulher precisa estar mais presente na política”, declarou a cantora e compositora Leci Brandão (PCdoB), que foi eleita deputada estadual em 2010, após três meses de campanha nas ruas.

A representante dos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior paulista, Jessica Silva da Cruz, 20 anos, também estava presente e deu um breve depoimento sobre a reintegração de posse sofrida pelas cerca de 9 mil pessoas que moravam no local há 8 anos.

“Era umas cinco da manhã e estava chegando de uma festa. De repente, a polícia começou a entrar aos montes e pedir para a gente documentos, afirmando que se tratava de um pente fino. De repente, começaram a dizer que tínhamos que deixar a área, levando só o que podíamos carregar. Eu vi gente apanhando dos PMs, até criança. Eles foram na intenção de nos massacrar mesmo”, afirmou Jessica.

Agora, a comunidade tenta retomar a área na Justiça. “O Pinheirinho não é aquele monte de terra que está lá. O Pinheirinho somos nós”, exclamou a militante, que morava há 7 anos no terreno ocupado com a mãe, o padastro, o irmão, um sobrinho e uma prima deficiente.

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Illiescu, frisou que a marcha é apenas o início de um ano de muita mobilização.

"Esse 8 de Março marca o início do calendário de lutas em 2012. As mulheres vêm na frente, conduzindo o processo de transformação do Brasil. Temos um ano de muita mobilização e precisamos somar forças: mulheres, estudantes, trabalhadores, todos em torno de questões centrais e comuns, como a igualdade de gênero, a redução das violências contra os movimentos, mais acesso à educação e 10% do PIB para a Educação”, ressaltou Illiescu.

As mulheres do campo engrossaram o ato distribuindo mudas de plantas e produtos de origem da agricultura familiar.

“Temos muitas lutas em comum. A gente veio aqui, deixando nossos filhos e famílias, porque agente acredita que só assim, na luta, é que conseguimos conquistar nossa terra”, disse uma das integrantes do Movimento de Trabalhadores Sem Terra.


Vermelho