Wednesday, February 29, 2012

Professores do RJ decidem paralisar atividades novamente no dia 14 de março

Jadson Marques/R7

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Grupo de manifestantes se reuniu, nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro; professores fazem nova paralisação em 14 de março
Professores e demais funcionários públicos das escolas estaduais do Rio de Janeiro decidiram cruzar os braços por mais 24 horas no dia 14 de março. A categoria, que paralisou as atividades nesta terça-feira (28), tomou a decisão após uma assembleia realizada na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no centro do Rio de Janeiro.

Às 16h15, o grupo seguia para a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), onde pretendia realizar uma manifestação.

Segundo uma das diretoras do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação), Vera Nepomuceno, no dia 14 de março será realizada assembleias em vários municípios do Rio de Janeiro para esclarecer os professores sobre as reivindicações.

Os profissionais da educação exigem reajuste salarial de 36%, incorporação imediata do Programa Nova Escola e o fim do Projeto Autonomia, que cria supletivos e acelera a formação de alunos.

De acordo com projeto de lei aprovado na Alerj, em 2009, a projeção é de que a gratificação Nova Escola seja paga em parcelas, com fim previsto para outubro de 2015. Os educadores lutam para que o processo seja antecipado para 2012.

O Projeto Autonomia, colocado em prática pelo governo do Estado em janeiro passado, é alvo primordial dos manifestantes. Segundo Vera Nepomuceno, coordenadora do Sepe, muitos professores com mais de dez anos de “estrada” ficaram sem função.

- Vários professores foram colocados como excedente e estão parados, por mais que tivessem dez anos de carreira. Isso porque o governo hoje trabalha um projeto que, em vez de usar um educador para cada disciplina, usa um polivalente para todas. As aulas são baseadas em apostilas e vídeos superficiais, até porque uma única pessoa ensina todas as disciplinas.

Os “supletivos” do Estado funcionam como os da rede privada. Um semestre de estudos equivale a um ano. Em geral, participam do programa alunos que estão com o currículo excessivamente atrasado.

Segundo Vera, porém, a tática do Estado é diretamente ligada ao objetivo do governador Sérgio Cabral de colocar o Rio de Janeiro entre os cinco primeiros colocados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) até 2015. No último levantamento do índice, datado de 2009, o Estado ficou em penúltimo, à frente apenas do Piauí.


- O governo em vez de trazer soluções quer cobrir o sol com a peneira, só quer limpar a escola. Ou seja, tirar os maus alunos e ficar apenas com os bons. Querem melhorar o índice com uma maquiagem. Os alunos terão diploma, mas não estarão preparados, não serão absorvidos pelo mercado de trabalho.

Além das reivindicações consideradas básicas, a classe luta também pelo fim do sistema de meritocracia. De acordo com o Sepe, o governo do Estado vem “apontando para bonificações e gratificações que ignoram os aposentados e destroem a autonomia pedagógica”.

Fonte:  do R7 Rio